terça-feira, março 09, 2010

Devocional - A Igreja de Cristo

"Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo" (1 Pedro 2:5).

Interessante como algumas pessoas atribuem a salvação, que é dom de Deus, somente alcançada por sua graça (Ef 2.8,9), às instituições denominadas “igrejas”. Acham que só é salvo que frequenta regularmente os trabalhos das “igrejas” e que, estando fora de seu rol de membros, estão também “fora” do Reino dos Céus. Se fosse assim, essa "igreja" seria o próprio Deus.

É bom saber, antes de mais nada, que a Igreja de Jesus não é constituída essencialmente de templos, com regimentos internos, estatutos e programações religiosas. A primeira vez que Jesus utilizou-se da palavra “igreja”, ele a aplicou ao grupo dos que se reuniram em torno dele e que o reconheceram publicamente como seu Senhor, aceitando sua soberania, seus princípios e seus ensinamentos a respeito do reino de Deus. Paulo quando falava às igrejas, endereçava suas cartas “aos santos” (Rm 12:13; 15:25, 31, 1 Co 1:2; 2 Co 13:12; Ef 1:1; etc.), ou seja, à Igreja de Cristo.

Com efeito, a Igreja de Cristo não é composta por instituições de diferentes linhas teológicas – ou ideológicas – que se arvoram donas da verdade, plenipotenciárias guardadoras da salvação, das bênçãos, milagres e outras coisas que pertencem somente a Deus. Como se pode inferir dos textos bíblicos, o conceito do que é a Igreja de Cristo perpassa fundamentalmente pelo fato de que ela é constituída e é essencialmente a reunião de pessoas lavadas e redimidas pelo sangue do Cordeiro, que se reúnem para momentos de comunhão, adoração, serviço, entre outras atividades, com o fim de glorificarem e exaltarem o nome de Deus e de seu filho Jesus, o Cristo. São pedras vivas que formam um templo espiritual e universal! O templo e suas instituições legais não são necessariamente “Igreja”.

É público e notório que em todas as denominações cristãs há uma certa tensão com relação aos “desviados” (pessoas que freqüentavam os templos e, por algum motivo qualquer, deixaram de se congregarem ali). Mesmo que afirmem saber que a salvação vem única e exclusivamente do Senhor Jesus, temem que pessoas que não estejam freqüentando regularmente suas reuniões “percam” sua salvação. E muitos pregadores, para manterem seus fiéis, atormentam suas vidas impondo-lhe o medo e o temor de serem deserdados pelo Pai caso deixem de estar, religiosamente, reunidas em seus templos.

Não fique escandalizado se lhe disser que pessoas que participam de outras religiões, mas, que temem a Deus acima de todas as coisas, inclusive de seus próprios dogmas e ritos religiosos, serão salvas e que muitas pessoas que participam de instituições cristãs jamais verão a face de Deus. Pois, a salvação não vem de mérito humano, nem de mãos humanas e nem de suas invenções (Jo 1.12, 13; Ef 2.8,9 – leia atentamente!). Templos e denominações não podem determinar quem será, ou não, salvo.

Se pensarmos nisso, acredito que podemos nos tornar capazes de deixar de dar mais importância às coisas que as pessoas. Lembrando-nos que a salvação vem pela fé e é demonstrada em obras de amor ao nosso semelhante.