sexta-feira, março 26, 2010

Crise de Identidade

"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15.58).


Visitando outras igrejas batistas em nossa cidade, observamos cada vez mais a pluralidade de ideologias sem teologia que tem permeado nosso meio. Uma crise de identidade assola nossas igrejas, causada pela imposição de uma cultura religiosa criada por denominações neo-pentecostais que, de forma irresponsável para com o Reino de Deus, inculca na mente dos evangélicos uma visão ambiciosa, utilitarista, pragmática e materialista da “bênção” do Senhor. Tão irresponsáveis quanto esses "pregadores" são aqueles que, com formação teológica de nível perior, abandonam seus conhecimentos e passam a fazer afirmações contraditórias à sua própria consciência denominacional.

Muitos líderes embarcam na inércia desse pragmatismo herege visando agradar os membros da igreja, buscando enchê-la de dizimistas que estão ali por causa de um culto que os leve a catarse, a uma fuga das lutas e mazelas do mundo. Realiza-se o culto para os membros da igreja, que pagam para serem divertidos, distraídos e alentados pelo evangelho das facilidades. Quando não se vive sob a verdade bíblica, serve-se da conveniência. Há quem se atreva a chamar essa verdadeira desordem de avivamento.

Entendo que avivamento nos leva a buscar firmeza de nossas convicções nas Escrituras Sagradas, permanecendo constantes no aprendizado e prática da nossa fé, desejar, buscar, conhecer e fazer a vontade do Senhor. Avivamento é uma chama que arde em nosso coração para servirmos a Deus e não para sermos servidos por ele, é a abundância e a plenitude do Espírito Santo que nos fazem amar ao próximo não com palavras, mas, de fato e de verdade. O avivamento não promove um culto cheio de atrações e sobrenaturalismos que satisfazem nosso ego, ao contrário, um avivamento que vem do alto promove cultos em louvor e adoração a Deus, que engrandecem seu nome, e provoca em nós o desejo de dedicarmos nossas vidas ao serviço cristão. Ao mostrarmos quanto somos gratos por termos sidos alcançados pela graça libertadora do Pai, por meio de Jesus Cristo, estamos totalmente vivos e abundantes no Senhor.

Se as práticas do mundo fossem interessantes para Deus, em seu culto ou em nosso cotidiano, o Senhor não nos chamaria de “separados”.