terça-feira, janeiro 25, 2011

IAHWEH, AQUELE QUE SE REVELA

O significado do Antigo Testamento se regula e coincide com o que diz sobre Deus. Referindo-nos à Tora, núcleo central do cânon, devemos dizer, sem sombra de dúvida, que todas as suas informações giram em torno do nome de Deus de Israel, Iahweh. Do princípio ao fim notamos que ele é o verdadeiro sujeito de todos os acontecimentos.
Toda a história bíblica, tudo o que se sabe de Deus, o que ele nos deu e o que ele quer de nós, resume-se a revelação de seu nome no texto a seguir.



Ø  “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros” (Êxodo 3.14).

Em nenhum momento Deus está se negando a dizer seu nome a Moisés, mas está deixando bem claro que não o podemos nominar e, menos ainda, compara-lo a outros deuses. O que Deus está fazendo é afirmando que ele será conhecido como ele se revelar, em suas obras e palavras. Sem temer estar causando algum dano à tradução deste texto, podemos dizê-lo da seguinte maneira: “Eu Sou o que Eu me revelar”, “vocês me conhecerão pelo que eu lhes mostrar”, apoiando-nos no caráter dinâmico do verbo ser, que traz em si o conhecimento da essência de quem se dá a conhecer.

Desde as tradições mais antigas, essa revelação de Deus o mostra como criador, juiz, e sustentáculo do universo.

Vejamos estes três aspectos da revelação de nosso Deus altíssimo.


I. IAHWEH, O CRIADOR

Ø  “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela” (Isaías 42:5).

Como filhos de Deus, que receberam o discernimento do Espírito para compreender a revelação divina, somos testemunhas vivas de que todas as coisas foram criadas por Deus e são obras de suas mãos.

Assim, num momento de inspiração divina, declara o salmista acerca dessas coisas:

Ø  “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo” (Sl 19.1-4ss).

De maneira alguma, mediante a revelação geral de Deus, alguém pode declarar-se ignorante acerca do conhecimento do Senhor, pois sua obra revela-se em seus atos gloriosos. Ninguém que declare, “não há Deus”, será tomado por inocente, mesmo não tendo ouvido sua palavra.

Ø  “(...) Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens [homens que o negam] são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1.20).

Os filhos de Deus declaram seu conhecimento do Senhor com humildade. Reconhecendo sua soberania e majestade.

Ø  “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SE­NHOR, que nos criou” (Salmos 95:6).


II. IAHWEH, O JUIZ

Ø  “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gênesis 18:25).

Ao interceder por Sodoma e Gomorra, Abraão clama a Deus como “Juiz de toda a terra”. Uma vez que Iahweh é o Criador, que tudo lhe pertence, uma vez que conhecemos sua perfeição e conhecemos seu amor, não entenderíamos que, em sua retidão, somente ele poderia decretar juízo sobre a terra? Quando Deus deu a lei a Moisés, estava mostrando a perfeição de seus preceitos. Deus estava mostrando que existem parâmetros, que devemos seguir para andarmos em conformidade com sua retidão.

Ø  “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto” (Deuteronômio 32.4).

O “Juiz de toda a terra” é conhecido pelos seus atributos revelados, tais como: retidão, justiça, amor, onisciência, onipresença e onipotência, entre outros. Sua justiça, portanto, baseia-se em sua perfeição requerendo que suas criaturas se conformem a ela. Deus é amor, mas não pode abandonar sua retidão: “Porque IAHWEH, teu Deus, é fogo que consome, é Deus zeloso” (Deuteronômio 4:24).


Aqui devemos abrir um parêntese, pois se Iahweh nos tratar conforme merecemos em função de sua justiça, toda a humanidade deverá sofrer juízo de sua parte. O pecado é uma realidade na vida de todos os seres humanos, inclusive dos cristãos.

Ø  “porque o salário do pecado é a morte mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23).

Um juiz deve condenar todos os que se apresentem culpados diante dele, porém, Iahweh não é só juiz ele é o criador dos céus e da terra e o homem é a coroa de sua criação. Como soberano absoluto sobre todo o universo, a Iahweh reserva-se o direito de usar de misericórdia com quem lhe aprouver. Porém, tal absolvição não veio totalmente de graça; o dom gratuito de Deus está na justificação por meio daquele que pagou por nossos pecados, Jesus Cristo,  Deus encarnado. É verdade que todos estão debaixo do pecado e merecem a morte, entretanto, Jesus Cristo trouxe-nos libertação desta acusação com sua morte vicária, satisfazendo a justiça de Deus com relação aos seus eleitos.

Ø  “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.23,24).

Nesse caso, fomos justificados pela fé, obtida pela graça que há na obra redentora de Deus, por meio de Cristo: “o justo viverá pela fé” (Romanos 1.17). Antes da fundação do mundo Iahweh disse: “e haja a cruz, e houve a cruz”, desde então “não há mais condenação para os que estão em Cristo” (Romanos 8.1).


III. IAHWEH, O SUSTENTÁCULO

As obras da providência de Deus são sua preservação e governo santos, sábios e poderosos de todas as suas criaturas e das ações que elas efetuam. Entendemos, portanto, que todas as coisas fora de Deus devem a continuação de sua existência, com todas as suas propriedades e poderes, à vontade de Deus.

Ø  “Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Colossenses 1.17).

Ø  “Só tu és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora” (Neemias 9.6).

Todos os “cabelos de nossa cabeça” estão contados, nenhum pardal cai ao solo sem que Deus saiba, o conselho que ouvimos é o de não ficarmos ansiosos pelo dia de amanhã. Todas estas afirmações são testemunhos do próprio Deus, por meio de sua palavra, de que ele tem suprido todas as nossas necessidades e mantido a ordem do mundo. Temos oxigênio para respirar e alimentos para consumir, todos os animais estão em condições de se alimentarem com os produtos da natureza. Mesmo com a interferência destruidora do homem sobre o planeta, todas as coisas são mantidas pelas misericórdias de Iahweh que se renovam todas as manhãs.


IV. CONCLUSÃO

Tão breve estudo não poderia abarcar o mínimo da grandeza de Deus. Com isto só queremos tentar lembrar o quão maravilhoso é nosso Senhor, digno de toda honra, louvor e adoração. Com efeito, apesar de toda glória que o cerca devemos louvar a Deus por ter se importado conosco e por ter se revelado de maneiras tão especiais, como:
- O criador do universo e doador da vida;
- Aquele que ouve o clamor de seu povo e lhe traz libertação;
- A nuvem que arrefece o calor do sol durante o dia, e a coluna do fogo que ilumina o caminho nas mais densas trevas;
- Aquele que não permite o pecado, mas que na morte de seu filho oferece a salvação;
- Refúgio bem presente na hora da tribulação;
- O Todo-poderoso, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A vida em abundância e o amor em si mesmo;
- A nossa redenção e alegria, pelos séculos dos séculos. Amém.