quinta-feira, setembro 11, 2008

Ex-pastor americano é executado por matar médico que fazia abortos

4/9/2003
O Globo

STARKE, Flórida. O ex-pastor presbiteriano e militante antiaborto Paul Hill foi executado ontem na Flórida pelo assassinato de um médico e seu assistente numa clínica de abortos na cidade de Pensacola. A execução ocorreu por meio de uma injeção letal no fim da tarde e o ex-pastor, de
49 anos, foi declarado morto às 18h08m, na Prisão Estadual de Starke.

O crime ocorreu em 29 de julho de 1994, quando Hill atirou com uma escopeta contra o médico John Britton, de 69 anos, e seu assistente, James Barrett, de 74, na porta da clínica Ladies Center em Pensacola. Às vésperas de sua execução, Hill declarou não estar arrependido de ter
matado os dois homens.

— Acredito que o Estado, ao executar-me, estará me transformando num mártir — disse ele, que se encontrou com sua mulher, seu filho, suas irmãs e seus pais por três horas antes de ser levado à câmara de execuções. — Acho que tenho alguma apreensão natural, mas não, não estou
com medo.

Protesto contra execução em frente à prisão

Cerca de 60 pessoas se reuniram em apoio a Hill em frente à prisão para protestar contra sua execução. Elas levavam cartazes em que se lia “Médicos mortos não podem matar” e “Reverendo Paul Hill vai para o céu, o doutor Britton foi para o inferno”.

— Há milhões de pessoas por aí, talvez cem milhões, que acreditam que aborto é assassinato — disse o reverendo Michael Bray.

Grupos antiaborto alegam que Hill, que advogava o que chamava de “homicídio justificável” de médicos praticantes de aborto, representava uma pequena minoria mesmo entre os extremistas do movimento.

A polícia estava investigando ameaças de morte feitas em cartas anônimas ao juiz que sentenciou Hill e a três funcionários do sistema legal e penitenciário do Estado. Investigadores se recusaram a comentar relatos de que as cartas chegaram acompanhadas de balas. Hill disse terça-feira
que não apoiava essa ação e que as balas “deveriam ser apontadas na direção dos que fazem aborto”.
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Não dá para aceitar esse comportamento medieval nos dias de hoje, como pessoas esclarecidas, que sofrem atentados de fundamentalistas diversos, crêem que há justificativas divinas para tais atos? Que estupidez.