"A exegese crítica, inclusive a aparentemente mais leiga, não deixou de ser bastante influenciada pela distinção protestante entre Palavra de Deus, contida na Escritura, e palavras meramente humanas, contidas nas interpretações posteriores e nos dogmas da Igreja cristã, ou segundo o caso, da Sinagoga judia. Sob este ponto de vista a exegese crítica concede maior importância aos oráculos atribuídos ao profeta Isaías do que aos outros acrescentados no livro que leva o seu nome. Ele deve deixar, no entanto, de dar primazia ao antes ou ao depois dos textos bíblicos, sobretudo se os critérios forem alheios aos textos e à tradição bíblica. Kugel descreve, com toda clareza, o propósito que deve orientar o estudo da Bíblia, e este pretende ser seguido neste livro: 'descrever o desenvolvimento da Bíblia desde suas origens, no mundo vital intelectual do antigo Israel, até sua institucionalização na vida e no mundo intelectual do início do judaísmo e do cristianismo' (Kugel, 163). "
BARRERA, Julio Trebolle, A Biblia Judaica e a Biblia Cristã Introdução Á Historia da Biblia, Editora Vozes, São Paulo, 2a Edição, 2000.