Por uns 40 anos, um dos mais destacados sinetes de opala expostos no Museu de Israel, permaneceu sem um contexto histórico acurado. Duas semanas atrás, o pesquisadora holandesa Marjo Korpel identificou o artigo como o selo official da rainha Jezabel, um das mulheres mais poderosas e perversas da Bíblia.
Arqueologistas israelenses suspeitavam que Jezabel fosse sua proprietária desde sua documentação em 1964. “Teria ele pertencido a esposa fenícia de Acabe?” escreveu o anteriormente o arqueologista Nahman Avigad pioneiro da descoberta do selo, o qual ele obteve por meio do mercado de antiguidades. “Embora se ajuste a rainha, vinda do mesmo período e com um nome raro que não foi documentado em lugar algum além da Bíblia Hebraica, nós não podemos saber com certeza”.
A afirmação cautelosa de Avigad originou-se do fato de que o selo não veio de uma escavação oficialmente aprovada. Pensa-se que o objeto veio da Samaria, no nono século A.E.C. (antes da era cristã), mas não havia como saber com certeza onde ele foi encontrado. E esta tem sido a barreira científica que Korpel, — um teólogo e Ugaritologista da Universidade de Utrecht e um ministro Protestante — pretendem conquistar.
Em seu paper, que tem planos de aparecer na Revista de Arqueologia Bíblica , altamente respeitada, Korpel enumera as observações que pertencem ao simbolismo do selo: tamanho excepcional, forma e período de tempo. Por meio da eliminação, ela mostra Jezabel como a única proprietária plausível. Ele também explica como duas cartas ausentes do selo apontam para o musaranho fenício.
Como um ministro, nunca falo de coincidências, mas a minha pesquisa aconteceu por acaso," disse Korpel a Haaretz (jornal eletrônico a quem pertence este artigo) na semana passada. "Pediram-me entregar um paper sobre a incorporação feminina. Não sou um feminista, mas eu tinha escrito sobre a imagem do selo”.
Korpel diz que ela (a que solicitou o paper?) provavelmente viu o selo anos antes sua visita ao Museu de Israel, mas somente muito tempo depois isso despertou seu interesse. “As letras perdidas no topo me intrigou. Eu usei a reconstrução de textos antigos quebrados de uma pesquisa mais recente”.
Para ouvir da pesquisa de Korpel, o doutor Hagai Misgav, da Universidade Hebraica, disse que ele acreditou que a Autoridade de Antiguidades de Israel e o Museu de Israel têm na sua posse muito mais artigos que transportam pistas históricas despercebidas. "Nem todos os artefatos foram completamente examinados," ele disse. "Há muitas descobertas que esperam para que isso seja feito." Misgav acrescentou que ele teria de estudar o trabalho de Korpel mais completamente para comentar algo mais sobre ele.
Espera-se que o selo seja exposto no Museu de Israel, em Jerusalém, quando ele reabrir após o trabalho de renovação, que atualmente está em andamento, seja terminado.
Depois da sua descoberta, Korpel, 48, teve de lidar com um ataque violento de meios de comunicação. A história do selo foi por enquanto apresentada em jornais nacionais, locais e
Como um pesquisadora, Korpel afirma que a sua pesquisa serve somente para comprovar que o selo pertenceu a Jezebel. "A verdade é que não há nenhum modo de saber com certeza de onde o selo vem. Teoricamente, ele pode vir de qualquer lugar. Mas dizendo como uma pessoa privada, estou na minha mente 99 por cento seguro que ele pertenceu a Jezebel," ela diz depois de um pouco de lisonja.
Contudo, Korpel não é arqueóloga, e a sua pesquisa de achados arqueológicos é essencialmente textual. "Pensei nisto. Mas muitos campos de pesquisa vêem descobertas importantes por pesquisadores de campos relacionados," ela diz. "Admito que a minha solução do selo de Jezebel é bastante simples. Mas então, assim foi a invenção do clipe de papel."
Miriam Feinberg Vamosh contribuiu com este artigo.
Fonte Haaretz.com
http://www.haaretz.com/hasen/pages/ShArt.jhtml?itemNo=911612