sexta-feira, setembro 24, 2010

COMO É QUE PODE MEU DEUS?


Há muito tenho sofrido com as bobagens e invencionices de alguns líderes religiosos, de uma religião desconhecida ordinariamente chamada de cristã, que prega mensagens com base em textos bíblicos, mas, que não tem nenhuma relação com a intenção da mensagem que o autor pretendia transmitir, sendo com isso identificada como evangélica sem o ser em essência.

Como se o problema já não fosse grave o suficiente ao se observar as mais esdrúxulas mutilações, deturpações e heresias produzidas por tal religião, temos agora que lidar com seu profundo envolvimento com a política, tornando ainda mais clara sua intenção de crescimento, poder e prestígio a qualquer custo. Não que o autêntico cristão deva abandonar sua consciência política e não se envolver em ações nessa direção, mas, que o faça em conformidade com a fé que o conduz, sem interesses escusos, para o bem da coletividade (tanto para fiéis quanto para os que não o são).

É assustador o número de e-mails afirmando que fulano é satanista, que sicrano vai liberar o casamento homossexual, que beltrano vai liberar a maconha, etc. Toneladas de e-mails de “crentes” enchem minha caixa postal com o famoso “repasse se você não quer ir para o inferno” ou, “Deus vai cobrar isso de você!”. Ah, pára caramba! Não se vê ninguém procurando ler as propostas de governo dos candidatos, só há preocupações com “pão e leite” que se ganhava gratuitamente numa versão atualizada do Panis et circenses romano, ou em agir como vaca de presépio que acredita em tudo que se fala por que foi assinado pelo “pastor”.

Pode-se afirmar que mais da metade do que se informa nesses e-mails é mentira, é estratégia de campanha eleitoreira de pessoas que sabem que brasileiro é preguiçoso e prefere dar credibilidade a outros a procurar ler e conhecer a verdade. É muito importante, antes de se acreditar em qualquer coisa e repassar mensagens irresponsavelmente, que se verificar se a informação é verídica em vez de ajudar homens e mulheres mal-intencionados a proliferar mentiras deslavadas para uma grande massa de internautas. Outra coisa, temas polêmicos envolvem pessoas, que são mais importantes que as “coisas”, por isso esses temas devem ser discutidos antes de massacrarmos as pessoas. Jesus expulsaria os pecadores e os destruiria sem antes dar-lhes alguma palavra, apoio, consolo, ouvidos, em amor? (“Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra” [Jo 8:7]). Pense.

“Quando os justos florescem, o povo se alegra, mas quando o ímpio governa, o povo geme” (Provérbios 29.2). Diante do texto acima fica a questão: O ímpio é aquele que não tem a mesma fé que eu, ou uma pessoa que pratica o mal? Será que pessoas que se dizem cristãs, mas estão envolvidos em escândalos (com dinheiro na meia, na cueca e sabe-se lá onde mais) de desvio de dinheiro público, merecem mais crédito que alguém que não professa fé nenhuma mas luta pelo bem da nação? Quando o “político crente” rouba o dinheiro público não há como melhorar a saúde (para salvar mais vidas e ajudar os que sofrem com dores), não há como aumentar a segurança (que ajuda na redução de criminalidade), nem como aprimorar a educação do brasileiro (que o ensinaria, entre tantas outras coisas muito importantes, a escolher candidatos melhores). Quando Isaías fala “Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão” (Isaías 10.1), ele está se dirigindo a sacerdotes e falsos profetas de detinham o poder político sobre o povo, pois, eram ouvidos e obedecidos como verdadeiros mensageiros de Deus. Pense.

Podemos sim escolher um governante cristão, desde que ele não seja só mais um religioso como eram os sacerdotes, profetas, escribas, fariseus, etc, do tempo de Isaías e de Jesus. Podemos escolher alguém que, além de afirmar ser cristão, atue como um verdadeiro discípulo de Jesus, afinal, seus atos devem falar mais alto que suas palavras. Agora, se os “cristãos” dão mal testemunho, são ladrões, irresponsáveis com seus semelhantes, arrogantes e maus, não são dignos do nome que afirmam seguir e nem de seu voto. Pense.

Jesus Cristo é a verdade, busque a verdade viva e lute por ela.

sexta-feira, setembro 03, 2010

GRANDE É O SENHOR!

I Cr 16. 25,26 – “Porque grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado, e mais tremendo é do que todos os deuses. Porque todos os deuses das nações são vaidades; porém o Senhor fez os céus” (cf. Sl 96.4,5).

    Lembro-me de ter ligo alguns artigos de cientistas que afirmam que a ciência e a fé podem coexistir sem conflitos, uma vez que são conceitualmente distintas, caminhando em direções diametralmente opostas. A ciência tem como objeto de estudo o mundo natural, o concreto. A fé não carece de provas ou não as busca para existir. É uma convicção em algo que não se viu, mas, ouviu-se e apreendeu-se de forma transcendente, que se confirma histórica e experiencialmente na vida dos que a vivem, orientada por preceitos compreendidos na Bíblia Sagrada (não vou considerar outras crenças aqui).
 
    Um exemplo clássico de conflito entre ciência e fé, encontra-se no relato bíblico da criação. O big-bang, representante incondicional da razão, arvora-se hoje como única realidade possível para tal evento. Interessante que, para a Bíblia, pouco se dá a respeito desta hipótese. Neste caso, os que andam pela fé não devem ver nisso motivo para confronto, pelo fato da Bíblia afirmar unicamente que Deus “fez” o universo sem tentar explicitar de forma alguma “como” isso ocorreu. Certamente e, com efeito, que a Bíblia não pode ser, portanto, um livro puramente histórico, ou científico, ou de propriedades comprobatórias para teses acadêmicas. Seu objetivo não é ser exato em seus números – algo que todos os céticos gostam muito de criticar, – nem muito menos comprovar a existência e os atributos de Deus.
 
    O Cristianismo vive “em Deus e para Deus”, por meio da fé na ressurreição de Jesus Cristo. A vivência desta fé e seus resultados são suficientes para que as dificuldades bíblicas (aquelas questões que não obtiveram uma resposta satisfatória em fontes históricas, etc) e a crítica dos ateus não sejam relevantes a ponto de silenciá-lo. Assim como, pelo fato de não ser objeto de nossa idolatria, quem vive pela fé não deve discutir coisas que a ciência conseguiu comprovar de fato (a não ser que seja um cristão cientista inconformado). A fé não precisa da ciência e vice-versa.
 
    Enfim, a ciência nutre (ou tenta nutrir) a necessidade de quem vive o ideal de Nietzsche e, a fé, segue seu caminho comprobatório na experiência pessoal de cada um dos que optam em crer que "existem mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia" (Shakespeare); daqueles que não se satisfazem com hipóteses, mas, que estão certos de que a explicação de um universo tão bem arquitetado, bem como tudo o que nele há, carece de um Excelso Autor. Por isso “grande é o Senhor (...) o Senhor fez os céus”.

O Sermão da montanha (*versão para educadores*)

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:

- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo: 

- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou: 

- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:

- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria, mas, olhou de novo a multidão, eram como ovelhas sem pastor, seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou... Como nós sempre continuamos...

Autor não informado

quarta-feira, setembro 01, 2010

ESTUDOS SOBRE AS DOUTRINAS DA GRAÇA DE DEUS

A Graça Comum

“...mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17).

Depois da queda de Adão e Eva toda a humanidade encontrou-se sob o jugo do pecado, cujo salário é a morte (Rm 6.23). Diante desta situação a única coisa que merecemos de Deus e de sua justiça, sendo pecadores, é a morte. Entretanto, assim como Adão e Eva não morreram imediatamente, àqueles que não foram justificados pela fé por não crerem no sacrifício vicário de Cristo, recebem bênçãos da parte de Deus que não fazem parte da salvação, enquanto Deus retarda seu juízo quando executará sua sentença final. A isso denominamos Graça Comum – Graça comum é a graça de Deus pela qual ele dá às pessoas inumeráveis bênçãos que não fazem parte da salvação. Essa graça não leva a salvação, somente uma manifestação diferente da magnitude do amor de Deus para com sua criação. Ela, apesar do amor de Deus, não interfere na consecução de sua justiça como o faz a Graça Salvífica.

Exemplos de Graça Comum

1. No domínio físico. Os incrédulos continuam a viver neste mundo unicamente por causa da graça comum de Deus – toda vez que alguém respira, isso se dá pela graça, porque o salário do pecado é a morte, não vida.

- Os produtos da terra – Deus permite que os homens usufruam dos frutos da terra, dando testemunho de si mesmo e de sua misericórdia (At 14.14-17). A terra não produz somente cardos e abrolhos (Gn 3.18). Todos os seres viventes recebem da terra condições de se alimentarem (Sl 145.9,15-16), Deus cuida de toda a sua criação.

- O sol e a chuva – Nosso Pai não escolhe sobre quem ele derramará a chuva e sobre quem o sol brilhará, isso acontece a todos nós (Mt 5.44-45).

- A prosperidade – A prosperidade chegou ao lar de Potifar, por meio de José (Gn 39.5). Na parábola do rico e do mendigo, Abraão lembra ao rico de que este havia recebido seu consolo em sua vida terrena (Lc 16.25).

Há ainda vários exemplos da graça comum de Deus. Até na beleza do mundo natural, na beleza das flores, dos vales, florestas, rios, lagos, etc., que estão disponíveis a todos. Ninguém merece toda essa benevolência que dá testemunho da graça de Deus, mas, enquanto vivos, todos podem usufruir da graça comum do Pai.

2. No domínio intelectual. Deus permite que iluminação e entendimento cheguem a todas as pessoas do mundo. Toda ciência e tecnologia executada por não-cristãos é um dos resultados da graça comum, que lhes concede fazer descobertas e invenções inacreditáveis, desenvolver os recursos da terra em muitos bens materiais, produzir e distribuir tais recursos e ter habilidade em seu trabalho produtivo.

3. No domínio moral. Deus dá a todas as pessoas percepção do que é certo e do que é errado, isso significa que elas freqüentemente aprovarão os padrões morais que refletem muitos dos padrões morais das Escrituras. Mesmo àqueles que se entregaram ao pecado mais degradante, Paulo diz que eles conhecem “a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam” (Rm 1.32). Muitas pessoas fazem o bem, porém, não receberão recompensa de Deus. É isso que significam as palavras de Jesus: “Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem o mesmo” (Lc 6.33, cf. 2 Rs 12.2 e 2 Cr 24.2).

4. No domínio criativo. Deus tem permitido medidas significativas de talento nas áreas artísticas e musicais, bem como em outras esferas nas quais a criatividade e o talento podem ser expressos, tais como atividades atléticas, arte culinária, literatura e assim por diante.

5. No domínio social. A família permanece até hoje, mesmo depois da queda de Adão e Eva. Essa instituição é tanto para crentes como para incrédulos.

As organizações sociais são resultado da graça comum, operando para o benefício dos seres humanos. Entre elas estão: a família, o governo humano, instituições educacionais, instituições de saúde, instituições de segurança, instituições de caridade, etc.

6. No domínio religioso. Até mesmo no domínio da religião, a graça comum de Deus produz algumas bênçãos para pessoas incrédulas. Jesus nos ordena: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44). Quando visamos o bem dos incrédulos, isso está em harmonia com a prática do próprio Deus de conceder luz solar e chuva “sobre justos e injustos” (Mt 5.45) e também se harmoniza com a prática de Jesus durante seu ministério terrestre, quando ele curou todas as pessoas que eram levadas até ele (Lc 4.40).

Devemos nos lembrar sempre que a graça comum e a graça salvífica tem efeitos diferentes na vida do homem. A graça salvífica é para a redenção daqueles que são por ela alcançados, mas, a graça comum, é mais um ato da misericórdia divina sobre os ímpios que vivem juntos dos justos e são abençoados por sua presença.